As novas tendencias dos tecidos tecnológicos


Nanotecnologia, inteligência artificial, biotecnologia, polímeros condutores e eletrônica orgânica são algumas das áreas que têm contribuído para a criação de tecidos inovadores e multifuncionais, capazes de monitorar e reagir, em tempo real, a estímulos diversos do ambiente.

De acordo com um relatório “Tecidos inteligentes e utlizáveis: mercados, aplicações e tecnologias”, publicado em junho de 2017, os avanços tecnológicos adotados pela indústria têxtil darão um impulso de 130 bilhões para o mercado da moda até o ano de 2025.

Ainda segundo o relatório, os últimos vinte anos testemunharam a rápida introdução de nanomateriais em uma ampla variedade de processos têxteis. Isso inclui acabamentos antimanchas e antirrugas, proteção antimicrobiana e cuidado de feridas na pele com nanofibras, o que abriu novas possibilidades para fornecedores de nanomateriais e produtores de têxteis. Além disso, o avanço tem sido cada vez mais rápido.

Já é possível fabricar eles com capacidade de monitoramento biométrico, como frequência cardíaca, temperatura, fatores ambientais e presença de gases tóxicos no ar. Inúmeros produtos, como as roupas inteligentes, disponíveis no mercado integram tecidos a sensores ou microcomputadores para criar novas formas de se vestir.
Categorias de tecidos inteligentes
Tecidos inteligentes passivos

Tecidos passivos somente absorvem informações sobre condições e estímulos do ambiente, através de sensores. Peças produzidas com tecidos inteligentes passivos podem ser usadas, por exemplo, para proteger a pele da ação dos raios UV.

Tecidos inteligentes ativos




Mais avançados que os primeiros, esse tipo de tecido é composto por sensores e agentes inteligentes que podem memorizar formas, resistir à água, regular a temperatura e absorver vapores.
Tecidos ultrainteligentes

Esta é a classe mais avançada de tecido inteligente. Além de captar informações do ambiente, os tecidos ultrainteligentes possuem um microcomputador embutido, capaz de atuar como uma espécie de “cérebro”. Roupas espaciais e algumas peças esportivas já dispõem desse tipo de tecnologia. Uma peça dry-fit, por exemplo, é ideal para atividades físicas, porque permite que o suor evapore e seja menos absorvido pela roupa.

Estética e melhoria de desempenho

Podem ser fabricados para dois fins: estéticos ou de melhoria de desempenho. Os exemplos estéticos incluem desde tecidos que iluminam até aqueles capazes de mudar de cor, através de dispositivos eletrônicos. Alguns desses tecidos captam a energia do meio ambiente, através de vibrações, som ou calor, e podem reagir a eles para proteger o corpo.

Já os voltados para melhorar o desempenho têm grande impacto nas indústrias de atletismo, esportes radicais e militar. Existem tecidos que ajudam a regular a temperatura corporal, reduzem a resistência ao vento e controlam as vibrações musculares. Em outras palavras, melhoram o desempenho atlético.

Podem proteger as pessoas contra perigos ambientais extremos. Isso inclui a radiação e os efeitos das viagens espaciais. As indústrias de saúde e beleza também estão aproveitando essas inovações. Por exemplo, já existem tecidos que liberam princípios ativos de substâncias com propriedades hidratantes, perfumes e ação antienvelhecimento diretamente no corpo.

Lycra

Desde sua invenção na década de 1960 pela americana DuPont, a fibra sintética Lycra é uma das matérias primas mais populares e tem sido amplamente utilizada, por sua excepcional elasticidade, no esporte e no mercado de moda. A Lycra modernizou os tecidos tradicionais, combinando-os a fibras naturais para criar roupas, biquínis, lingeries, meias, peças cirúrgicas comprimidas e móveis de interior elásticos, funcionais e confortáveis.

A membrana microporosa Gore-Tex, projetada por Wilbert e Robert Gore no final dos anos 1970, e desenvolvida por uma técnica semelhante à do Teflon, foi originalmente projetada para permitir que o corpo respirasse, ao mesmo tempo que era totalmente à prova de vento e água. Também foram desenvolvidos produtos para astronautas e roupas práticas para uso em temperaturas extremas de frio. Mais recentemente, os tecidos Gore-Tex têm sido usados para produtos de implantes médicos.

Uma das mais recentes inovações foi a criação de um sensor incorporado a tecidos inteligentes que sobrevive a máquinas de lavar e carros. Ao contrário de sensores comuns, que dependem de materiais como silício ou nanofios de ouro, ele pode ser feito com qualquer material condutor. Engenheiros da Universidade de Harvard acreditam que, no futuro, a tecnologia poderá ser usada para fazer medições biomecânicas e fisiológicas ao longo do dia de uma pessoa.

Um fator-chave para fabricantes de tecidos inteligentes é a combinação de conforto e design. Designers e tecnólogos devem, portanto, trabalhar em conjunto para entender as necessidades do dia a dia dos consumidores. Assim, criar peças capazes de satisfazer todas as demandas do mercado, também utilizando energia renovável. Um dos desafios é aliar maior conforto, bem-estar e valor acessível para popularizar o uso deles.

Fontes: Tech Xplore, Science Direct, Fash Nerd e Finest Fashion Site

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